quarta-feira, 24 de maio de 2017

Operação da PF prende irmã, filhos e braço-direito de Fernandinho Beira-Mar




Investigação de pouco mais de 1 ano mostra que, mesmo em um presídio federal, o traficante diversificou negócios. Operação ‘Epístolas’ é realizada em 5 estados e no DF.
PF vai atrás da quadrilha de Fernandinho Beira-Mar em 5 estados e no DF
fernandinho beira mar

A Polícia Federal cumpre, desde as 6h desta quarta-feira (24), mandados de prisão em cinco estados e no Distrito Federal contra a quadrilha do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Até a última atualização desta reportagem, haviam sido presos cinco filhos do criminoso, uma irmã dele, e um braço-direito do traficante.

No total, 10 parentes tiveram a prisão pedida. Alessandra da Costa, irmã e advogada do traficante e apontada como sua conselheira, foi presa onde mora, em um condomínio de luxo no bairro Vinte e Cinco de Agosto, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Contra ela havia um mandado de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O filho Luan Medeiros da Costa foi preso na Paraíba. A PF não detalhou onde foram presos os outros quatro nem divulgou os nomes.

Felipe da Costa Lira, braço-direito de Beira-Mar, foi detido no Ceará, segundo a PF.

Beira-Mar era ouvido, por volta das 11h, pela Polícia Federal em Rondônia. À tarde, ele será transferido para Brasília, onde ficará na sede da PF até ser definida a transferência para outro presídio federal, ainda não definio. Os presos na operação também prestam depoimento.

Polícia Federal faz busca no apartamento da irmã de Fernandinho Beira Mar
Polícia Federal faz busca no apartamento da irmã de Fernandinho Beira Mar

Após um ano e meio de investigações, a PF descobriu que Beira-Mar, preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, diversificou os negócios: os lucros agora vão além do tráfico de drogas. O criminoso controla máquinas de caça-níquel, venda de botijões de gás, cesta básica, mototáxi, venda de cigarros e até o abastecimento de água.

Os policiais cumprem 35 mandados de prisão, sendo 22 prisões preventivas e 13 temporárias, além de 27 de condução coercitiva e 86 de busca e apreensão nos estados do Rio, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Ceará e no Distrito Federal.

As principais áreas de atuação de Fernandinho Beira-mar são três comunidades de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense: favela Beira-Mar, Parque das Missões e Parque Boavista.

Segundo os investigadores, na denúncia que deu origem à investigação, foi descoberto que há uma grande quadrilha liderada pelo traficante que, mesmo preso no presídio Federal de Porto Velho, coordena o grupo por meio de mensagens escritas por meio de papel. Por conta dos bilhetes, a operação desta quarta-feira foi batizada de “Epístolas”.
Comboio volta à Polícia Federal com mais de 10 veículos, entre eles um blindado

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Desde 2006, Fernandinho Beira-Mar está preso em uma penitenciária federal. Em 2007, a Polícia Federal investigou o criminoso e descobriu que, apesar da vigilância, ele manteve o controle do fornecimento de drogas – maconha e cocaína – para favelas do Rio. A investigação da PF, na ocasião, levou 19 pessoas à prisão.

A operação Fênix, como foi chamada, descobriu que Beira-Mar escolheu a mulher, Jacqueline Alcântara de Morais, para sucedê-lo no comando da quadrilha. Todos os presos foram condenados pela Justiça Federal do Paraná.
PF faz operação contra tráfico de drogas em 5 estados e no DF

Em condenações, o traficante acumula penas que somam quase 320 anos de prisão em crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídios.

Em 2015, o criminoso foi condenado a 120 anos de prisão apontado como responsável liderar uma guerra de facções, em 2002, dentro do presídio de segurança máxima Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, quando quatro rivais foram assassinados. Beira-Mar tem 15 condenações.
Agentes chegam à sede da PF com malotes apreendidos na ação (Foto: Cristina Boeckel / G1)
Agentes chegam à sede da PF com malotes apreendidos na ação (Foto: Cristina Boeckel / G1)

Por Marco Antônio Martins e Cristina Boeckel, G1 Rio

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